top of page

ANJO OU DEMÔNIO?

Capitulo 13

***

Liliel foi dormir muito aborrecida

Sem poder subir a montanha das sentinelas. Naquela mesma noite, despertou de sobressalto com um ruído, Enfia o rosto no travesseiro e fica quietinha, mas com os sentidos em alerta máximo.

Ela está acostumada a dormir sozinha desde que seu Argus morreu. Para ser sincera ela nunca se sente completamente sozinha. Tem sempre uma presença, como se alguém estivesse orbitando em torno de seu mundo. Sempre a observando. Antes Liliel ficava apavorada, mas como nunca aconteceu algo ruim ela acostumou-se. Achando até que possa ser proteção de seu amor. Era reconfortante, mas nessa noite é diferente, a presença é como gelo em sua pele arrepiando-a. Resolve virar-se e olhar bem rápido e ainda vê a sombra que se esvai no chão por baixo da porta fechada. Levantou a cabeça para olhar pela janela. Os raios do luar que estavam nesse momento bastante embaçados, é a única coisa que pode fazer sombra, mas eles não andam tão rápido. Liliel aperta o travesseiro contra o peito pensando:

*= "Só pode ter sido a nuvem atravessando o céu. Ou qualquer pedaço de papel voando ao vento". Mesmo estando convicta desse pensamento... Ou quase... Seu coração demora a se acalmar. Busca toda coragem, afinal pode ser um daqueles homens que a atacou. Vai até a janela dessa vez. Nada! Apenas o silêncio e alguns galhos bem rentes à parede, que com o vento pode ter resvalado. E o som de seu coração em desalinho. Volta para cama demora um pouco, mas adormece. No dia seguinte logo pela manhã vai fazer o desjejum no bar em que encontrou Samael. Ela está muito focada em reunir motivos para o rapaz ter uma marca de nascença idêntica a sua. Aquilo é assustador. E também o incidente no quarto durante a madrugada. Não aposta que Samael a esteja espionando, mas não pode ignorar a incrível consciência. Embora pensando bem, para que ele ficaria olhando em sua janela poucos minutos depois de se encontrarem? Ao pensar nessa possibilidade.. Solta seu pensamento e sua imaginação... Balança a cabeça balbuciando:

= Sem cogitação!

Retira alguns comprimidos de sua mochila e engole distraída, ao suspender a cabeça para facilitar engolir, vê Samael olhando para ela com uma sobrancelha suspensa em desaprovação . Liliel pensou em explicar que faz isso várias vezes por dia, na maioria das vezes quando está sob pressão é um recurso que usa por ser anêmica, mas deu de ombros:

= O que interessa a ele?

Nesse meio tempo, entrou no bar um homem musculoso falando alto e foi em sua direção:

~~ Moça estou vendo que você é montanhista pelas suas indumentárias, gostaria de juntar-se à nosso grupo para explorar a montanha? Liliel olha em volta... Só tem ele que fala sem parar, ela pergunta:

= Grupo? Onde? O homem responde eufórico, parece muito entusiasmado em escalar. - Somos minha noiva que está lá fora cuidando dos apetrechos de escalada eu , Samael que é o guia e você se aceitar. Liliel olha quase sem querer na direção de Samael que está recostado na cadeira, quase jogado, estudando-a com ar de satisfação , ele abre um sorriso de cafajeste e balbucia:

// Estamos esperando, não temos o dia todo. Liliel coloca as mãos sobre a mesa querendo parecer bem descontraída quando fala;

= Nunca parei para pensar no assunto subir a montanha? Ela olha novamente para Samael que está ligeiramente virado em sua direção. Tenta dizer algo... Mas só murmura:

= Esta bem... vou pensar... Tudo está rápido demais e isso a assusta muito mais que lutar com o querubim maldito. O homem que fala alto, diz todo eufórico:

~~ NÃO Moça! Precisa ser logo, amanhã vou arrumar minha volta para o trabalho.

Liliel sente-se acuada, mas de jeito nenhum admite isso e responde altiva. = Está bem, então aceito,

A coragem nunca lhe faltou mesmo! Samael levanta-se satisfeito com aquele olhar de: “eu sabia que você aceitaria”. A moça rosna de raiva, mas o que está feito não volta atrás. Vai juntar-se ao “grupo”. De repente um pensamento!

*= "Foi providenciado por meu Argus! Para que eu possa subir a montanha sem levantar suspeitas!

Quando terminam de arrumar tudo está escurecendo, quase 18 horas, o céu já se tinge de azul escuro, está frio. Liliel fecha o zíper para manter-se aquecida. Antonelli a noiva do executivo chega perto de Liliel e diz olhando a boca em um espelhinho:

#- Misterioso esse guia não é?

Passa a língua nos dentes e conclui:

#- O lado negro dele me atrai, e você?

Liliel não tinha intenção nenhuma de admitir... Mas algo a atraia a esse ser “repugnante.” Havia um magnetismo sombrio entre eles. Faz uma pausa tentando entender o que realmente sente por ele. e fala indo contra seus próprios sentidos.

= Sinto algo desagradável por ele!

#- Ahh! Para! Vai me dizer que não acha ele bonito? Provocou Antonelli. = Será que não temos nada melhor para fazer com a nossa noite a não ser falar desse "Guia"? Disse Liliel e depois se calou pensativa. #- E aí? Responde!

Insistiu dengosa Antonelli. Vendo que não tem saída Liliel conclui:

= Ta bom! Ele pode até ser bonito, mas eu seria a ultima, a perceber, meu julgamento não é imparcial. Sinto muito disse Liliel.

Depois disso,reinou o silêncio total entre as duas. Começaram a subida. De repente Antonelli retorna o interrogatório: #- Você nunca imaginou como seria beijá-lo? Nunca deu uma olhada para ele e imaginou-se em seus braços? Tem certeza que nunca se imaginou encostando a boca na dele?

Liliel encarou-a com um olhar incrédulo aquele olhar que espera mostrar o quanto estava surpresa e horrorizada com as conjecturas de Antonelli. = PORQUE? Você já? Antonelli sorriu. Liliel tentou imaginar o que Samael diria se soubesse dessa conversa. E Antonelli continua:

#- Porque o espanto? Ele não é bom o bastante para você?

Liliel gemeu

= Cale-se! Cuidado... Samael estava a uns passos delas e como se percebesse o olhar das duas ele se virou com seu costumeiro sorriso sarcástico. As duas mulheres ficaram propositalmente para trás, deixando que os homens fosse à frente da expedição. Sentaram em uma pedra para beber água quando escutaram som de galhos quebrando... Viram-se rápido e lá está Samael, parado, observando. Antonelli retorna suas alfinetadas.

#– Você não acha esquisito que ele esteja aqui e não com Neon? = É mesmo os deixamos seguir e aqui está ele

#-Acho que ele está seguindo você! = Que me seguindo nada, deve ser consciência Antonelli faz de conta que está sussurrando

#– (...)Samael você está perseguindo ela...? Liliel tapa a boca de Antonelli com as mãos porque esse Samael é capaz até de ouvir mesmo sussurros

= Pare com isso estou falando sério!

E faz cara de zangada. Antonelli sorri alto e vira toda a garrafinha de água. depois ficam em silêncio observando os homens á sua frente. Três horas da manhã. Estão mais ou menos no meio do trajeto quando ouvem sons que cortam o vento, Antonelli pergunta se chegando junto a Liliel

#- Que isso?

Liliel imediatamente apanha uma de suas kamas. E diz

= Rufar de asas. #- Asas? O que tem asas tão barulhentas e que chega a nos balançar?

Pergunta a moça com medo. Liliel não responde. Olha em volta á postos, Ela sabe de quem são aquelas asas. Mas não pode assustar a moça. Alguns minutos depois novo rufar... E bastante rasantes desta vez. Liliel pede a Antonelli que se esconda atrás das árvores, Antonelli corre a se esconder, Liliel suspende o capuz do casaco cobrindo o rosto e espera... Ela pensa:

*= "Não terei a proteção de meu Argus, ele está esperando a fogueira que eu não acendi"..... Enquanto ela pensa uma sombra escura chega a seu encalço e a pega desprevenida. Ela só tem tempo de jogar-se no chão. A criatura pousa a sua frente com ar superior e ordena que se ela levante e vá com ele. Liliel vira a lanterna na direção da criatura e depara com com um grande homem vestido de negro e as duas cavidades oculares vazias, ele cobre o rosto com as mãos, Liliel Joga uma kama em sua direção e imediatamente a outra para pegá-lo sem proteção... A criatura gira usando suas asas como campo de força, as kamas batem e voltam contra Liliel que rola no chão. Antonelli foge esgueirando-se para buscar ajuda... Quando sente aquela mão forte segurando-a e tapando sua boca antes que solte qualquer ruído.

Ela debate-se em vão, o braço forte a suspende, tirando-a do chão, mas alegra-se ao ouvir uma voz conhecida.

// Vou soltá-la Antonelli, mas fique quieta por favor!

É Samael, que apareceu não se sabe de onde em seu auxílio, ela tenta avisar sobre o que acontece a Liliel. Ele aperta-lhe a boca- shiiiiiiiiuuu. Olha em seus olhos e sussurra:

//(..) Posso soltá-la? Voce vai ficar calada?

Antonelli faz que sim com a cabeça. Ele a solta e manda que entre em uma caverna a sua frente e ficar em silêncio diz a ela que logo virão buscá-la que ele vai salvar Liliel A moça fica encolhida em silêncio. Samael vai até onde está Liliel e vê a moça sendo levada pelas criaturas de preto, presa por uma corrente...

Ao ver isso Samael fica na espreita em silêncio, resolve seguir os dois, eles o levarão a Stygiam a mansão sagrada das Sentinelas.....

.....

==============================================================================

CAPITULO 14

VOO PRA MORTE

***

Samael seguiu os dois até chegarem a porta da fortaleza das Sentinelas.

O rapaz nota que para entrar, teria que passar por Faziel. Um grande anjo sem olhos, que possui o poder de abrir portais. Ele é um guardião de portais, não tem olhos, mais sabe tudo que se passa ao seu redor. Samael notou que nunca poderia passar por ele antes que levassem Liliel até o grande Querubim renegado. Arrependeu-se de ter deixado que ela servisse de isca. Agora precisará encontrar um meio de salvá-la, e não sabe como, nervoso ele esfrega as palmas das mãos no jeans elas estão suando. Ele não tem noção do perigo que causara a Liliel. Anda de um lado para o outro como um animal acuado. Depois de respirar fundo começa a descer a montanha, sempre olhando para trás e vendo aumentar a distancia entre a fortaleza e ele. Tenta encontrar em seus pensamentos, um meio de tirar a moça das mãos das Sentinelas. Não tem a menor ideia do que fazer ou mesmo do que diria se chegasse à fortaleza. Na menor das hipóteses, terá que lutar. Ao chegar em casa, Samael percebe que só ele poderá salvá-la. Se banha rápido, vem molhado para seu quarto pingando pelo assoalho. Põe seu figurino habitual. “Jeans preto, T-shirt também preto, Aquela original importada casual, um delicado cordão de prata que faz um bonito contraste em sua figura escura. As mangas dobradas nos antebraços lhe deixam com um ar descontraído, mantém a camisa para fora da calça para esconder seus punhais. É um exímio atirador de facas podendo acertar o ponto entre os olhos em uma distancia de até 50 m. Samael está decidido a subir novamente a montanha da fortaleza, que é tipicamente uma "cidade de Atlântida", com escadarias e pilares de mármore, postes que são acesos manualmente e praças com estátuas de anjos. Uma linda cidade para o turismo se não fosse a alma diabólica das Sentinelas que insistem em destruir os vigilantes.

Samael já estava pronto para sair quando avista pela lâmina de sua adaga que ele está acabando de limpar a silhueta de um homem que passa pela janela. Um homem de pele alva cabelos ralos que lhe caiam nos ombros. Passou rápido e desapareceu. Samael ficou atento. Pôs sua adaga na bainha e se encaminhou para o carro, deixou-a no banco traseiro e saiu cantando pneus. Sentiu que dois faróis baixos o seguiam, continuou na mesma velocidade até o próximo cruzamento onde o transito era rarefeito. Refez todo o caminho até a montanha, encontrou o casal que ele foi guia e distraiu-se... Quando voltou a atenção havia perdido o carro que o seguia. De repente o vento mudou de frio para gelado, mas não foi isso que o fez sentir-se desconfortável, mas sim aquela sensação de que era observado. Samael Disfarçou, olhou para os lados, nada em sua visão privilegiada, girou a 180º, um pouco mais atrás escondido em uma fileira de árvores, alguém encapuzado o espreitava, mas ao sentir-se percebido, desapareceu na escuridão. O carro de Samael voava na estrada, quando sentiu uma pancada forte na lateral traseira. Manteve o volante. Xingou, mas sua voz foi engolida por uma lufada de vento. Só então Samael percebeu que a estrada havia desaparecido a sua frente.... Seu estomago gelou, tirou uma das mãos do volante para soltar o cinto e pular na estrada... Era tarde demais. O carro já estava voando fora dela depois de plainar uns metros sobre o despenhadeiro pela velocidade que vinha

e despencou... Samael sentiu uma onda de pânico chocou-se com força contra a porta esquerda que se abriu atirando-o para fora do carro, enquanto despencava desfiladeiro a baixo. Samael estava fora do carro, mas também caia no abismo rente a montanha, procurou em vão algo para se agarrar não encontrou nada! Estava mergulhando direto no vazio negro. O chão se aproximava depressa! Abriu a boca e soltou um berro de pavor ao ver o chão se aproximar... Como num sonho sentiu um VUUUP... E ele estava subindo novamente. com a mente turva, uma imensa dor no braço e o vento no rosto. Samael ouviu longe uma voz:

- “Uau! É isso que eu chamo de berro!” Abriu os olhos, ainda estava tonto, se encontrava no chão e na sua frente uma figura com as mãos nas orelhas como se ainda ouvisse seu grito. Sem muita exatidão do que aconteceu, só a certeza de que estava vivo, Samael olha para o local do braço aonde doía, havia semicírculos tatuados na pele. Então dirige o olhar para a figura que toma forma a sua frente e ouve a voz dele nitidamente desculpando-se: - Desculpa o mau jeito! Tive que pegá-lo em queda livre, precisei agarrar forte em seu braço. O homem agora tem forma nítida diante de Samael! Ele está vestindo uma armadura dourada, mas é reconhecido por Samael como o homem que passou diante da sua janela. Ele só viu a cabeça e os cabelos longos e ralos do homem aquela hora, mas agora ode ver que ele está ostentando uma armadura dourada e possui grandes asas brancas como dunas de sal. Samael exclama:

// Mas... Você é um Anjo guardião! E eu não tenho anjo da guarda... Quem é você?

O anjo respondeu acalmando-o.

- Acalme-se! Sou Damiel pai de Liliel Soube que você foi designado para protegê-la. Onde esta minha filha?

Samael abaixa a cabeça e se cala. O que houve? Onde ela está? Samael levanta-se um pouco tonto, afasta-se esfregando o braço ficando de costas para Damiel e responde desolado: // Eu a perdi. - COMO ASSIM PERDEU? Por favor, não me diga que...

// Não! Fique calmo! Ela está viva, mas foi pega pelas Sentinelas, estava indo pra lá salvá-la quando você me jogou montanha abaixo. - EU ? Eu o salvei da queda! Como eles a pegaram? // Eu deixei que a levassem para pegar todos de uma vez e... Samael não termina a frase, porque Damiel desfere um soco em na cara dele derrubando-o de costas no chão e vem com tudo monta em cima dele, o pega pela camisa e soca-lhe uma, duas vezes.... e soca.... Soca gritando: - Desgraçado! Sabe o que fez? Samael se recuperou da surpresa, bate com os joelhos nas costas de Damiel desequilibrando-o e fazendo-o cair, Samael levanta-se e espera a próxima investida em posição de luta. Damiel desesperado sabendo o que acontecerá a sua filha, pega a espada e parte para cima de Samael que imediatamente atira os punhais que vão sibilando na direção do anjo... Damiel gira como um peão fazendo de suas asas um escudo, os punhais rebatem e caem no chão. Samael mergulha para pegá-los quando rajadas de metralhadoras de um carro que passa em alta velocidade quase alvejam os dois se eles não tivessem se jogado no chão e depois corrido para as árvores que lhe serviram de proteção. Enquanto estão abrigados esquecem a luta e conversam Damiel pergunta: - Quem é? // Nem imagino

Responde Samael. Os dois saem de trás das árvores esgueirando-se e correm em direção a montanha. Ao começarem a subir, Samael vai explicando o que aconteceu. Mas Damiel está inconsolável e continua reclamando com ele - Você deixou minha filha nas mãos desses demônios! // Não são demônios são renegados. – Que me importa se são renegados! Para mim são demônios, são monstros. Como podem usar uma menina para suas guerras? – // Ela não é uma menina! É uma mulher inteligente, corajosa e decidida. - Pode até ser. Mas por isso pode morrer? // Não quis dizer isso. Sei que fui displicente, achei que poderia entrar fácil, não sabia do guardião. – Tudo bem, vamos buscá-la. // Sim. Lá também se encontra Jahel um Nefilin que protegia Liliel. - Desse assassino nem quero saber. // Ele foi enganado. - Foi fraco! E estragou a vida de minha filha que abandonou sua criança. // Como ela está? - Está com Christ minha mulher. // É seguro? - Sim. Chegam a Fortaleza: Damiel pergunta:

- Qual é seu plano? // Não tenho. - O que? Como vai passar por Faziel? // É esse o nome daquela coisa feia?

- Olha o respeito! Ele é um Serafim, foi castigado. // Grande coisa "foi castigado" ! Com toda certeza mereceu. - E você mereceu? // foi minha vontade. - Mulher? // Não! Ficam em silêncio por um tempo depois Damiel fala;

Vamos entrar agora de qualquer maneira... Ou...

........

==============================================================================


Nenhum tag.
Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page