top of page

A IRA DOS ANJOS

3ª PARTE

Introdução à 3º Parte

Depois de 09 anos

Durante todos esses anos Jahel e Liliel cada um em sua cidade, procuram uma maneira de causar a destruição do Querubim maldito e as Sentinelas que exigiram a morte do Nefilin. Azieel é um anjo renegado, covarde e ambicioso que não se importa com nada a não ser sua vontade de se tornar Rei das Sentinelas. Denominado por seus inimigos como “A prole do demônio." Jahel - O pivô de todo sofrimento de Liliel. Foi obrigado por ele a matá-la em troca da vida de sua mulher, ele não conseguiu nenhuma das duas coisas! Por acidente tirou a vida de Argus e como não matou o Nefilin perdeu sua mulher. Depois de tanta desgraça Jahel jurou vingar-se por ele e por Liliel.

Tornou-se um ser solitário e vingativo, desprovido de remorsos e piedade, Um homem com a ideia fixa em se vingar deste querubim maldito.   Liliel por sua vez, deixou de crer nos anjos e na humanidade. Sente uma ira tão grande que a deixa doente. A moça sente-se mal por ser um híbrido. Um Nefilin!

= "Será que os próprios Nefilins se dividiram em organizações celestes e disputam o poder"?

Agora são perguntas ao vento que Liliel não se importa com as respostas ela esqueceu por amor ao Anjo Argus um Anjo-demônio. Até que ele foi assassinado por outro anjo...

Assim a doce Liliel Perde a razão de viver, ao presenciar seu Argus morrer para salvá-la. Renega sua espécie, sua estirpe, afasta-se de seus pais. Decidida a mudar sua história. Lamenta a morte de seu Amor de tal forma que apenas existe. Nada a faz esquecer ou perdoar Azieel a não ser...

Azieel o Querubim Maldito

==============================================================================

CAPITULO 9

A AMPUTAÇÃO

***

À aproximadamente 10 anos atrás... Em Veneza: Após o sepultamento de Argus seu amado. Liliel deixa a ilha vértice e volta para Veneza sua cidade natal, precisa arquitetar um plano de vingança contra Azieel e todos os anjos. Liliel sente uma ira tão grande que a deixa doente. Questiona a Deus por ter criado ou permitido criar tão terrível arma...

*= ''Por que motivo Deus permitiria a existência de tão abominável artefato, capaz de findar a chama da imoralidade que eterniza Seus anjos? "

Sendo assim a moça sente-se mal por ser um híbrido. Um Nefilin! Renegou sua espécie, sua estirpe, afastou-se de seus pais. Decidida a mudar sua história. Foi á um ferreiro perto de sua casa onde mandou forjar um par de kamas.

''São pequenas foices, com cabo de aproximadamente dois palmos e meio, adornado com detalhes em ouro e uma lamina curvilínea de aço tão frio quanto lindo''.

Pediu que gravasse as inicias do nome de seu amado em pedras preciosas, ''Jade e Topázio imperial'' que eram pedras apreciadas por Argus. e colocasse nas extremidades dos cabos cordonês que ela colocaria presos no pulso em uma provável batalha. Assim que ficaram prontas Liliel foi buscá-las, voltou para casa, sentou diante do espelho... Colocou outro espelho em suas costas para “contra visão” E com brilho de ódio no olhar... Pegou uma das Kamas pelo cabo, prendeu o pulso no cordonê e movimentou-a como se fosse arremessar para traz... E arremessou mesmo... Como as kamas são curvas, a lâmina cravou na base das asas tirando um grito imenso da moça. Liliel segurou firme pelo cordonê e puxou para frente... Achando que assim poderia arrancar as asas pela raiz. Tentou arrancar a primeira asa, Dedicando toda a dor imensa que sente ao seu amor... Mas não conseguiu arrancá-las... Conseguiu somente fazer um corte quase circular na base da asa direita abrindo um grande ferimento onde se propaga uma hemorragia em forma de esguicho. Sentindo-se inútil, a moça põe-se a chorar. Sangrando muito, liga para João Victor um amigo da faculdade que faz medicina cirúrgica, O rapaz ao sabê-la sangrando veio imediatamente. Quando chegou à casa de Liliel... Quase desmaiou, não sabia que ‘Tereza’. Fosse um anjo. Ela contradiz: - = Não sou anjo! Sou um híbrido, um Nefilin!

João ainda atônito diz a ela que para ele é a mesma coisa pois ela possui asas, e que depois falarão sobre isso agora vai precisar parar a hemorragia... Vai até o bar, serve-se de uma bebida forte volta, ele tenta suturar para acalmar a hemorragia que é gritante, o sangramento já se propaga muito forte, Liliel o faz desistir de tentar, e diz a ele que o chamou para amputar suas asas. O rapaz olha para a moça prendendo o ar, não crê nesse pedido insano. Mas Liliel continua a pedir que João a livre desse peso. João nem tem tempo para pensar ante o desespero de Liliel e todo sangue que está perdendo. Diz-lhe tentando acalmá-la: - Tereza acalme-se minha amiga! Não temos anestesia aqui. Nem aparelhagem cirúrgica, quando me chamou pensei que fosse para suturar. Vou levar voce a um Pronto Socorro.

Disse João tentando dissuadi-la. Liliel pegou o rosto dele entre as mãos e segurando-o falou entre lágrimas, não pela dor, mas pelo desespero de carregar o peso de ter asas:

= João olhe para mim! Por tudo que você acredita e tem amor nessa vida, me ajude! Não se importe com anestesia, a dor me libertará desse turbilhão em que me encontro. João a olha assim em prantos... Fica pesaroso e pergunta: - Você tem uma faca afiada em casa? De preferência com corte a laser?

Perguntou o rapaz decidido a ajudá-la. = Não!

Respondeu Liliel firme em seu querer!

= Quero que voce o faça com essas Kamas!

João afastou-se de costa com a mão na boca sufocando um grito e respondeu convicto

-Não! Não posso! Não sei usar isso. Liliel se pôs de joelhos! Os olhos dourados da moça eram duas bolas vermelhas de tanto chorar quando pediu, implorando:

= Por favor João! Faça por favor! Faça por mim. Eu não consigo sozinha. João muito sem jeito pega a Kama examina, sente o fio e a olha dizendo: - Não vou conseguir Tereza! = Vai sim! Eu confio em você! Precisa ser com elas, por favor, meu amigo! Essa Dor... Tanto física quanto psicológica... Precisa ter fim! Às vezes me iludo, achando que vai passar que serei forte o suficiente para afastá-la de mim... Mas ao contrário disso, acabo agarrando-me a ela,vendo-me presa, pois ao que parece é tudo que me resta.... De que adianta fantasiar e disfarçar um fingido sorriso quando o coração grita sufocado e a alma se desfaz? Perdida em meio a tanta dor, como um grão de areia arremessado ao centro do oceano?

João vai ao bar na sala de estar, pega uma garrafa de whisky e dá a Liliel, pedindo a ela que tome bastante da garrafa enquanto vai lavar as mãos, pegar toalhas e água gelada. Liliel despeja boa parte do conteúdo em uma planta de vaso grande, depois enche a boca com um grande gole, Liliel não quer ser adormecida, quer sentir tudo para alimentar seu ódio. Mas seu amigo não precisa saber. João volta com as toalhas, põe Liliel em um banco no meio do banheiro e despeja água gelada sobre o sangramento para estancar momentaneamente e assim poder encontrar a junção onde articula as asas.

Meio sem jeito, mas com muito cuidado e rapidez, (pois era necessário). Pega na kama com a mão direita, bem embaixo, na base do cabo rente a lâmina , com a esquerda segura a toalha para limpar o sangue, Faz uma abertura nas costa de Liliel subindo da base das asas até as escápulas. Uma incisão bem grande dado ao motivo de não possuir fórceps, perfura entre o osso das escápulas e o osso da asa esquerda, desossando, cortando os músculos e nervos de movimento, separando a asa do corpo. Corta as partes pendentes põe uma toalha em cima. Precisa ser rápido ele não tem recursos cirúrgicos. Liliel chora em silêncio dedicando seu feito a seu amor. João olha apreensivo... E Pergunta:

-Tudo bem Tereza? Está com vertigem? Preciso que esteja acordada para senti os sinais vitais.

= Sim! Estou bem e ativa João!

Responde a corajosa moça. Quando João começa a amputar a asa direita, Liliel está com o coração duro. Já não chora. E dedica a seu amor a fúria pelos celestiais, o rancor pelos anjos. Só tem amargura, ignora a dor porque só existe ódio em seu coração. João termina, estanca o sangue. Desinfeta como pode, faz a sutura improvisando e a enfaixa, lhe oferece um anti-inflamatório e pede que se deite para reanimar-se. Liliel não obedece. Levanta-se ainda cambaleando pela fraqueza. Nem pensa direito, seus pensamentos estão dispersos. Faz tudo como autômato. É guiada apenas pelo ódio, lava o rosto, olha-se no espelho do lavabo por longos minutos, mas o que vê é apenas a máscara da ira. Desfere um soco estilhaçando aquele espelho que lhe mostra seu horror ferindo a mão... Ela lava a mão novamente. João bate na porta em desespero ouviu os cacos caindo... -Tereza! O que está havendo? Fala comigo! Liliel sai com a mão ensanguentada enrolada na toalha e diz: = Calma João está tudo bem! Eu estava só desestressando.

João passa a mão na cabeça em descontentamento, mas se cala, ela já sofre o bastante. Ele pede que ela descanse e que o chame se precisar. Ainda com um olhar de desaprovação João vai embora... Ele sabe que sua amiga Tereza não vai atende-lo! Ele conhece bem a mulher que mora na pele do Anjo....

.......

==============================================================================

CAPITULO 10

O ENCONTRO

***

Liliel não quer descansar só pensa em vingança

Após a saída de João Victor, Liliel vai até o quarto e novamente senta-se diante do espelho, desta vez, corta seus belos cabelos deixando-os bem curtinhos. Vai até o closet, procura entre as coisas de Argus algo que pudesse ser remodelado para ela. Encontra umas vestes de batalha que lhe prendeu a atenção. Apoderou-se das calças que se ajustam ao corpo, túnicas com bolsos e algibeiras, bainha para armas, botas de cano longo toda trabalhada com compartimentos para facas, punhais e outras armas pequenas, luvas que parecem armas de fogo e deixam as falanges descobertas, cintos com vários compartimentos e um medalhão do clã de Argus. Por fim uma linda espada que embutia no cabo. Remodelou as roupas para que lhe coubessem, vestiu-se, calçou as botas, olhou no espelho por alguns momentos como se voltasse no tempo. E se prepara para sair... Antes dá uma ultima olhada pela janela do banheiro. para suas asas que estão nos escombros... Vira-lhes as costas, sem nenhuma saudade e sai em busca de Azieel! Esteve em tabernas, telhados, cemitérios, espeluncas, em todos os lugares que achou ser possível encontrar o querubim maldito. E nada! Resolveu sair da cidade, equipou seu saveiro com o que precisava para ficar longe de casa alguns dias, e pegou a estrada. Depois de rodar bastante, parou em um posto de conveniência em uma estradinha de terra. Precisava reabastecer e lubrificar, além de refrescar-se um pouco. Foi ao bar, pediu um copo com água mineral e escolheu para se acomodar uma mesa em um cantinho solitário junto à janela. Esticou sobre a mesma um mapa, tentava descobrir onde poderia encontrar a peste do Azieel. Estava observando o mapa minuciosamente, quando ouviu uma voz grave masculina que perguntou; -Posso sentar com você senhorita? Este é o único lugar vago e estou muito cansado para ficar de pé no balcão. Liliel responde sem olhar para o recém-chegado; - Esteja a vontade o lugar é público. O forasteiro puxou a cadeira em frente a moça, que continuou com o olhar baixo. - É estrangeira ou mora por aqui senhorita?

Ela não respondeu. Então o homem pergunta novamente muito gentil; - Mora por aqui senhorita? Sem nenhuma vontade Liliel levanta os olhos e... Fica sem fala por uns segundos. Quando se refaz pergunta tão alto, que os fregueses olham para eles. = O que você faz aqui?

O homem assusta-se e pergunta com a voz baixa, olhando em volta;

- por aqui? Como assim? Você me conhece? = Seu desgraçado! Levante-se e vamos lá para fora, ou derramo seu sangue aqui mesmo. Disse a moça encostando a ponta da espada no peito do rapaz que continua sentado e pergunta outra vez, calmo, o que irrita mais a moça.; - Você me conhece? Sem retirar a lâmina que o espetava, Liliel bate com força na mesa fazendo voar tudo com o impacto, chega perto do rosto do rapaz e fala alto, furiosa. = Claro que te conheço seu desgraçado! Você é Jahel o anjo maldito que assassinou meu Argus em Larth Analel. Como se rebobinasse um filme Jahel lembra tudo que passou a pouco tempo atrás... Tenta levantar-se, mas é impedido pela lâmina fria em seu peito... Ele volta à posição e pergunta incrédulo e triste;

- É VOCÊ LILIEL? O que fez ao seu cabelo?

= CABELO? Depois de tudo você me pergunta de cabelo??? Levante-se anjo maldito!

Grita Liliel,  Jahel obedece. Olha em volta e tranquiliza as pessoas com um sorriso amarelo.

– Está tudo bem! Fiquem calmos. E acompanha Liliel para fora do estabelecimento. Os clientes tornam a sentar-se comentando sobre o ocorrido. Fora do bar, Liliel suspende levemente a lâmina das costa do rapaz, porque a espada a impede de fazer movimentos corporais mais ousados e antes que Jahel se vire de um sobressalto ela dá uma rasteira fazendo-o perder o equilíbrio ante a surpresa e cai desajeitado meio de lado... O tombo foi simples... Porém, Liliel está em uma situação bem “desvantajosa” está machucada, sem contar sua inexperiência que por si só, já é algo bem perigoso para a mesma.

O golpe nas pernas de Jahel saiu sem muita firmeza por estar fraca e com essa dor da alma que transparece e também pela falta de costume em empunhar uma espada. Liliel sabe de tudo isso, mas não se importa desfere um golpe, com intuito de cravar-lhe a espada no abdômen. Jahel rola no chão e a lâmina encrava na terra, ao mesmo tempo ele gira o corpo chutando a moça no traseiro fazendo-a beijar o chão. Ela levanta-se furiosa e ataca agora em seu pescoço tentando decapitá-lo, Jahel ainda no chão roda o corpo usando sua espada para defender o golpe e joga a moça longe com uma lambada com as pernas. Liliel levanta-se urrando de raiva e vem para cima de Jahel ao chegar perto retira da bota uma “Clip point” uma faca de lâmina muito fina e de corte rápido e ataca com fúria. Em um contragolpe, Jahel desfere um soco com as costas da mão no pulso de Liliel. Um golpe rápido e com uma força controlada, fazendo com que sua mão se abra com a dor, deixando a faca cair. Ao mesmo tempo, em um giro de seu pulso Jahel abre a mão em garra segurando o pulso de Liliel imobilizando-a com uma torção, rodando seu braço de jeito que ela fique com as costas contra seu corpo. Prendendo entre seus corpos a mão que estava armada. E a segura firme. Liliel debate-se... Em vão! Jahel é forte. Nesse instante ele nota que a pele alva da moça tinge-se de vermelho, ela está sangrando. Com o braço em torno do pescoço de Liliel segurando forte ele diz com firmeza; - Para com isso Liliel! Eu feri você. Não sei como... Você está sangrando. Preciso ver seu ferimento. Ela para de debater-se e desaba em um descompassado pranto. - Como vou lutar com um demônio poderoso e que usa magia se nem consigo me livrar de um assassino? Sou uma inútil! Jahel a ampara e pede que lhe deixe ver seu ferimento desculpando-se. Liliel grita entre ódio e lágrimas;

- Não ponha as mãos em mim!

Apanha sua espada, arrastando-a desolada segue caminhando pela estrada. Não andou 50 passos, roda e desaba ao chão, desfalecendo... - LILIEL! O que houve? O que está sentindo? - Nenhuma resposta... Jahel retira-lhe a túnica e assusta-se ao ver tanto sangue. – Meu Deus o que eu fiz? Pega-a nos braços com cuidado coloca no carro. Bate a porta e sai cantando pneus. Liliel desperta e fala ainda sem forças de ação:

= Para voce onde está me levando?

- Para um pronto socorro ele responde sem olhar para ela, atento na estrada de barro.

= Não! Não me leve ao hospital!

Jahel não se importa com o pedido e continua guiando em disparada para o pronto socorro.

A moça fala mais uma vez

= Para esse carro agora! Eu não posso ir a um hospital! Jahel continua seu caminho. Não ouvindo resposta do rapaz ela fala em voz alta e decidida; = Para esse carro! Você não me feriu. Eu amputei minhas asas. ... Jahel pisa fundo no freio fazendo-a quase bater a cabeça no para brisa. -VOCÊ O QUÊ? Liliel responde calmamente:

= Amputei as malditas asas que me fazia um de vocês. Jahel a olha com certo sofrer, enfim foi causador de tanto amargor. Olha-a nos olhos segurando firme seu queixo, fazendo-a encará-lo e diz com voz firme, porém tranquilizante: - Não são as asas que fazem um Anjo! Doce menina. São os anjos que fazem suas asas. Tem que merecê-las para ser um anjo e para ser um portador de asas. Que é um símbolo de obediência e temor a Deus. Faça você o que fizer continuará sendo um Nefilin. Filha de um celeste. Nada vai mudar isso! Liliel debate-se empurrando Jahel para longe dela furiosa. = Não sou um celeste! Não sou um de vocês! E pode estar certo de que irei matar todos vocês que transpuserem meu caminho, até chegar ao demônio Azieel! Afirma a moça com imensa tristeza na voz. Neste momento Jahel se cala... Abaixa os olhos, lembrando-se o ocorrido na ilha. Depois fala com pesar. - Me perdoa Liliel! Sei que nada que eu diga irá te libertar de sua dor que foi causada por mim. Eu deveria matar você para salvar minha Shally e não consegui! Transformando nossa existência em um inferno. Se pelo menos eu tivesse conseguido matar você, seu Argus teria se vingado me matando e minha Shally estaria viva. = Ou não! Retruca Liliel. Você não pode afirmar que o que Azieel dizia fosse verídico. E de qualquer maneira, teria causado dor seu maldito. A Argus e a tua Shally, não pensou nisso?

O rapaz abaixa a cabeça sem reação. Depois de alguns instantes volta a falar:

Tenho consciência de que você tem ódio mortal por mim, mas proponho uma trégua. Unidos poderemos acabar com o maldito querubim, prometo-lhe que depois que o vermos morto, eu lhe entrego o punhal juntamente com minha vida para vingar-se e nos libertar da dor. Liliel pensa um pouco e diz:

= É uma boa proposta... Mas... Eu terei que olhar para meu inimigo todos os dias, e o pior, andar á seu lado’, seguir seus passos...

Liliel parou de falar, pensou alguns minutos em silêncio tendo a certeza que apesar dos pesares poderia ter um aliado para destruir o demônio, e decidiu!

= Está bem Jahel! Faremos então como você propõe, mas somente até a morte de Azieel. Você me ensinará a usar a espada, a me defender, a lutar e a distinguir os anjos, sejam eles quais forem! E juntos encontraremos o querubim maldito. Mas fique certo de uma coisa! Você ficará do meu lado somente o necessário! Poupando-me de sua presença se não houver necessid...

Antes que ele pudesse confirmar Liliel desmaiou novamente.

Assustado ele a levou ate sua casa, chegando, retirou seu espartilho examinando as feridas que sangravam, elas estavam abertas! Jahel chamou um amigo seu que é medico e pediu que viesse com medicamentos antibióticos e o que fosse preciso para uma cirurgia de emergência.

O medico chegou e encontrou Liliel ainda ainda desmaiada, ele a examina, fez nova sutura. Administrou um antibiótico injetável junto com um calmante, a deixou adormecida para descansar. Chamou Jahel para uma conversa. A governanta trouxe um chá, serviu aos dois e se retirou. Jahel perguntou preocupado:

- Como ela esta Victor? Por favor, que isso seja sigiloso, para que não possam achá-la assim tão debilitada! Victor toma o ultimo gole de chá, põe a xícara na bandeja e sorri tranquilizando o seu amigo:

~- Fique calmo amigo! Nada do que for dito aqui será revelado. Só que tem algo que não poderá esconder por muito mais tempo. Não têm como esconder.

Jahel olha para Victor e fala triste com seu amigo médico: - Victor, como pode? Somos amigos! Eu devo a essa moça um alívio ao sofrimento que lhe causei. Victor franze as sobrancelhas, passa a mão na testa, suspira e diz ao amigo:

~- Jahel sei que somos amigos. Mas como você vai esconder que vocês vão ter um filho? É impossível meu amigo! A barriga irá aparecer em dois meses mais ou menos.... Jahel engasga e nem consegue pronunciar...

? Cof... Cof... Cof... Gr.. Á... vi... Cof... Cof... Cof... Da? - Sim meu amigo! Os desmaios são causados pela gravidez, ela caminha para o terceiro mês de gestação. Os ferimentos foram bem cuidados, sangraram pelo esforço que ela tem feito.

Responde Victor com calma. Jahel com as mãos na cabeça, caminha de um lado para o outro. - Meu Deus o que eu fiz! Victor responde brincalhão:

~- Um filho meu rapaz, um filho! Uma dádiva

Jahel joga-se no sofá e conta tudo a Victor.

- Este filho não é meu Vitor! É do Anjo que eu tirei a vida lá naquela ilha, o marido de Liliel. Lembra? A história que te contei quando voltei para casa.

Essa é a Tereza??? Pergunta o médico depois fica em silêncio... Sabe que mais uma vez seu amigo irá sofrer horrores. Remorsos como os que já o aterroriza. Despede-se deixando uma receita e vai embora Sabe que é melhor que seu amigo fique sozinho nesse momento. Com sua culpa e sua dor. O ódio por Azieel toma proporções imensuráveis... Ele está lutando com seus pensamentos quando ouve a voz de Liliel:

= JAHEL!!!!

Ele dá um puo do sofá e se sente desfalecer de remorsos. ela continua:

= Onde estou? O que aconteceu? Estou muito tonta.

O rapaz apavora-se. Mas não tem o que fazer... Ele diz:

- Não se levante Liliel um médico te deu um calmante.

= MÉDICO QUE MÉDICO JAHEL??

Jahel se encaminha para o quarto ele terá que contar a Liliel o que está se passando, ele tem o dever de contar. Afinal ele é um Nefilin que descobriu sobre sua existência da pior maneira possível.

E que cometeu vários erros: Acreditar em um renegado! Pensar que podia enganá-lo e achar que pode tirar uma vida em troca de outra. Nunca! Nunca mesmo! Pode-se dizer quem deve morrer! Somente Deus tem esse poder...

......

LILIEL

=============================================================================


Nenhum tag.
Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page